A exposição “Formas e Pulos” resgata as representações de uma entidade genuinamente nacional por diversos artistas, em suportes e técnicas variadas. A mostra revela também a energia do personagem perneta retomando o espaço perdido pelas entidades norte americanas simbolizadas por bruxas, abóboras, fantasmas e lobisomens, representativas da festa do Halloween; que insistem em sequestrar nosso imaginário e que representam as forças geopolíticas do século XXI. O mito do Saci tem origem no grupo tupi-guarani. Guardião das florestas e defensor da natureza, o personagem foi apropriado e transformado pela chegada dos escravos africanos, ganhando feições africanas, um cachimbo e perdendo uma perna, significação clara das mutilações impostas pelo cativeiro. Símbolo nacional da resistência desde o período colonial, ele congrega a cultura multirracial e identidade do povo brasileiro. Na mostra, o Saci é representado através de esculturas, objetos cotidianos, cartazes, livros, ilustrações e brinquedos. A mostra contou com a participação de Victor Brecheret, Mestre Passarinheiro, Marcos Cartum, Menotti Del Picchia, entre outros artistas, além de variadas peças da oficina Cerâmica São Caetano e textos de Monteiro Lobato. Na ocasião de sua inauguração, ocorreu a apresentação dos meninos do Quarteto Pererê e do músico e percussionista Dinho Nascimento, além da exibição do documentário Somos todos Sacys. A exposição teve Curadoria de Emanoel Araújo.