Além de artista, Deoscoredes (Mestre Didi) foi uma referência na religião afro-brasileira. Filho de Maria Bibiana do Espírito Santo (a Dona Senhora) foi iniciado nos cultos aos ancestrais Egunguns, no Ilê Olukotun, na Ilha de Itaparica, Bahia. Em 1975, tornou-se Alapini, o Sacerdote Supremo do Culto aos Egunguns, o mais alto grau na hierarquia sacerdotal. Na mostra “Homenagem aos 90 anos”, também divulgada na mídia como “Mestre Didi – o escultor do sagrado”, o curador Emanoel Araújo expôs 50 obras representativas deste sacerdote-artista, que revelaram a proximidade da arte com esse mundo mágico que Mestre Didi habita. Foi também uma homenagem aos seus 92 anos de vida, com obras reunidas dos acervos do próprio Mestre Didi e do Museu Afro Brasil. Além do conjunto de obras, fizeram parte da mostra dois vídeos com festas e cerimônias ancestrais Egunguns e exposição de livros escitos pelo artista. Segundo Emanoel Araújo, “a magia de suas esculturas está na forma como o Mestre Didi transpõe a energia de interpretação mitológica e inventividade de formas, ritmos e composições, se articulando num espaço negativo e positivo, num desafio de equilíbrio totênico que se abre no espaço, como árvores plantadas numa base de seção côncava e circular”. A curadoria foi de Emanoel Araújo.
